Instituído pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em 1981, o Dia Mundial da Alimentação busca alertar governos, organizações e cidadãos sobre a urgência de garantir alimentos nutritivos e suficientes para todos, sem deixar ninguém para trás.
Em 2024, o tema do Dia Mundial da Alimentação lança luz sobre a necessidade de transformação nos sistemas alimentares globais. À medida que o planeta enfrenta os impactos das mudanças climáticas, conflitos e desigualdades, é essencial adotar sistemas de produção e distribuição de alimentos mais inclusivos e sustentáveis.
Segundo dados mais recentes da FAO, 828 milhões de pessoas no mundo ainda enfrentam a fome, e cerca de 2,4 bilhões sofrem de insegurança alimentar. O problema é agravado por questões como crises econômicas, guerra e mudanças climáticas, que afetam especialmente os países mais vulneráveis.
Foi âmbito que o SETSAN (Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional), uma instituição moçambicana que desempenha um papel central na coordenação e implementação de políticas e estratégias relacionadas à segurança alimentar e nutricional em Moçambique em parceria com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) realizou uma cerimónia comemorativa alusiva a efeméride, cujos painéis foram meramente introspetivos e reflexivos em volta da necessidade de incrementar a qualidade de alimentação para construir um futuro melhor no país.
Durante os debates,Yara Ussene, membro da Unidade Coordenação da PSC – SUN (Plataforma da Sociedade Civil para Nutrição e Segurança Alimentar), oradora em um dos painéis subordinado ao tema: Direito à alimentação, fez saber que a PSC – SUN tem a convicção que a Diversidade Alimentar é uma importante saída para reversão da actual situação e para a materialização deste direito, num país em que de acordo com o relatório da Análise da Insegurança Alimentar Aguda e Desnutrição Aguda (https://www.ipcinfo.org/fileadmin/user_upload/ipcinfo/docs/IPC_Mozambique_Acute_Food_Insecurity_Acute_Malnutrition_April2024_Mar2025_Report_Portuguese.pdf) cerca de 2.79 milhões de pessoas estão em insegurança Alimantar Aguda (inSAA), necessitando, portanto, de intervenção urgente para reduzir o défice no consumo alimentar e proteger os seus meios de subsistência. Destes, 510 mil pessoas estão em situação de Emergência (Fase 4 de IPC inSA) e os restantes 2.28 milhões em situação de Crise (Fase 3 de IPC inSAA). Por outro lado, um total de 3.58 milhões foram classificados em situação de Estresse Alimentar (Fase 2 de IPC inSAA). Para o período de Outubro de 2024 – Março de 2025.
Esta situação revela o quão importante é que todos os sectores da sociedade se unam em prol de um maior investimento na nutrição e para a Plataforma da Sociedade Civil para Nutrição e Segurança Alimentar, há necessidade de incluir as comunidades locais nas decisões sobre políticas alimentares. “A luta contra a fome é coletiva e só poderá ser vencida se todos tiverem voz”, afirmou.
A Urgência de Agir
A comemoração do Dia Mundial da Alimentação em 2024 reforça que a fome não é apenas uma questão de necessidade de alimentos, mas de justiça social e igualdade. Embora os desafios sejam enormes, há uma crescente consciência global sobre a necessidade de acções coordenadas para enfrentar o problema.
Governos, empresas e cidadãos têm um papel fundamental na construção de um sistema alimentar mais justo, sustentável e capaz de garantir o direito humano à alimentação. Em um mundo de abundância, a fome não pode ser tolerada.
O Dia Mundial da Alimentação serve como um chamado à acção, para que a comunidade global se una na busca por soluções que possam erradicar a fome e garantir um futuro saudável para todos.