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22-10-2019 / Geração Nutrição

Voz da Nutrição – Debate discute acesso a serviços de saúde, água, higiene e saneamento, com enfoque nas mulheres e crianças vulneráveis

Subordinado ao tema ‘acesso a serviços e cuidados de saúde, água, higiene e saneamento do meio, com enfoque na mulher, crianças menores de 5 anos e população vulnerável’ realizou-se o segundo debate televisivo enquadrado na campanha de advocacia para a nutrição, Geração Nutrição, organizado pela Plataforma da Sociedade Civil – Scaling Up Nutrition em Moçambique (PSC – SUN) e seus parceiros; participaram, para além dos membros da PSC-SUN, representantes de sectores do governo implementadores do Plano de Acção Multissectorial para a Redução da Desnutrição Crónica (PAMRDC) nomeadamente Saúde, Obras Públicas Habitação e Recursos Hídricos, Género Criança e Acção Social, activistas e outros actores.

Lurdes Fidalgo, directora da Associação Académica para Nutrição e Segurança Alimentar – ANSA (organização que actualmente coordena a PSC-SUN Moçambique), começou por mencionar as ligações entre a desnutrição e as condições de saneamento, higiene, acesso a serviços de saúde e água. Fidalgo pontuou que não apenas a ingestão inadequada de alimentos conduz à desnutrição; e que a não existência desses serviços potencia os riscos para a desnutrição.

Em países subdesenvolvidos, como o caso de Moçambique, crianças morrem de doenças preveníveis, como as infecciosas e parasitárias, devido a condições inadequadas de higiene e saneamento de meio. 

Assim, observa Fidalgo, os índices de desnutrição em Moçambique tem também que ver com estes factores – saneamento, acesso a serviços de saúde e água -, além da inadequada ingestão alimentar.

Para Elda Famba, do Ministério da Saúde (MISAU), a desnutrição não é vista como um problema de saúde nas comunidades – excepto quando manifestações dela são perceptíveis, é que as famílias procuram assistência médica. O MISAU, disse Famba, coordena as acções de resposta à desnutrição mas também trabalha na prevenção das várias formas de malnutrição.

Carlota Benjamim, do Ministério do Género, Criança e Acção Social disse que o seu ministério presta assistência a grupos vulneráveis, através de transferências monetárias regulares (subsídio social básico) e cesta básica, ainda que de forma piloto, esta já inclui famílias com crianças menores de cinco anos; como resposta ao PAMRDC

Por sua vez, Rostina Massingue Sumbane, representante do Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, considerou que o abastecimento de água e saneamento são prioritários para as zonas rurais, onde esses serviços, reconhece, estão ainda a quem das necessidades; mas que é também necessário trabalho de comunicação para a mudança social e de comportamento nas comunidades, principalmente no tocante as questões de saneamento.

Leonel Matavel, da FUNDE – Universidade Politécnica considerou que o problema da desnutrição e dos acessos ao saneamento e água são sérios e deve-se priorizar uma estratégia nacional de médio e longo prazo, principalmente a pensar nas consequências socioeconómicas actuais e futuras da desnutrição crónica para o país.

Lázaro Santos da PSC-SUN Moçambique, entende que as mensagens sobre o combate à desnutrição e o acesso aos serviços devem ser discutidas articulando com actores locais, apelando, por outro lado, para a agregação das iniciativas ministeriais para este combate e não acções isoladas.

Além de apontar a coordenação de iniciativas entre os vários actores como central no combate à desnutrição e na provisão de serviços, Lourdes Fidalgo considerou que são precisos muitos mais investimentos por parte do governo.

Esta campanha de advocacia para a nutrição “Geração Nutrição”, da Plataforma da Sociedade Civil – Scaling Up Nutrition (PSC – SUN), é financiada pela União Europeia.